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Material sustentável? Vamos falar sobre o EPS

Cumprindo o conceito ecológico “do berço ao berço”, o EPS é 100% reciclável e reaproveitável, além de ser ótimo isolante térmico, atóxico, não proliferar fungos e bactérias e não propagar fogo

Produtos em poliestireno expandido (EPS) podem compor boa parte de uma construção. É assim com os painéis monolíticos que chegam ao canteiro prontos para a montagem das paredes; com as lajotas ou painéis laje que facilitam a execução do elemento, agregando isolamento térmico; com as canaletas que substituem a madeira das vigas baldrame, e por aí vai. Mas até que ponto o EPS é material que colabora com o meio ambiente?

A seguir, a engenheira Karen Peroni, supervisora de Projetos e Desenvolvimento do Grupo Isorecort, detalha o caráter sustentável do EPS.
 

Reciclável e reaproveitável


Poucos são os materiais de construção 100% recicláveis e reaproveitáveis como o EPS. “A construção civil é a maior geradora de resíduos sólidos que se tem no Planeta. Das quebras de materiais, como dos tijolos às sobras de madeira, as caçambas ficam cheias a cada momento”, afirma Peroni.

Mesmo que destinados corretamente a aterros, há cada vez menos espaço nas cidades para esses resíduos. Soma-se, ainda, o gasto com combustível dos caminhões para o transporte, pesando contra o ambiente pelo uso de combustíveis fósseis e, também, causando mais poluição do ar.

“Por toda a sua capacidade de reciclagem, os produtos em EPS contribuem para uma obra mais sustentável”, indica. O material cumpre o conceito “do berço ao berço”, de reaproveitamento indefinido ao longo do tempo. Inclusive, pode ser reciclado e reaproveitado em novo produto de outra cadeira produtiva – por exemplo, as placas utilizadas na indústria de colchões.
 

Por toda a sua capacidade de reciclagem, os produtos em EPS contribuem para uma obra mais sustentável, Karen Peroni


“Independentemente do uso que teve, ele é triturado e misturado à matéria-prima virgem. Depois de processado, resulta em blocos de Material Reciclado (MR), que poderá ser utilizado, por exemplo, como lajota em EPS para laje. Sua densidade é de 9 a 10 kg/m³, ou seja, próxima ou similar ao da classe 1 F”, explica a engenheira.

O material apto para ser reciclado se origina das sobras na fábrica do Grupo Isorecort e da logística reversa implementada com os clientes, além dos acordos com cooperativas de catadores da região do ABC paulista.

“Os consumidores domésticos também colaboram quando fazem a destinação correta do EPS que chega em suas casas protegendo bens adquiridos, como uma geladeira, fogão ou aparelho de televisão”, acrescenta.
 

Isento de gás CFC


O EPS é fabricado a partir da expansão das pérolas de poliestireno, através de processo que utiliza apenas vapor d’água – único elemento liberado. Além disso, não empregar gás CFC, danoso à camada de ozônio e principal responsável pelo aquecimento global.
 

EPS é material inerte


Quando em contato, o EPS não reage com a maioria dos elementos químicos, exceto hidrocarbonetos. “Nesse caso, ele volta ao seu estado de matéria-prima, sem emitir gás”, fala Peroni.

O mesmo ocorre quando exposto a uma fonte de calor. É importante ressaltar que todo o EPS destinado à construção civil é do tipo F, identificação de que foi tratado com retardante a chama.

“O EPS não pega fogo, mas ‘encolhe’ e vira pérola de poliestireno novamente, voltando a ter entre 2 e 3% do volume inicial. Isto se explica pelo fato de o material ser constituído por cerca 98% de ar e apenas 2% de matéria-prima, valores variáveis de acordo com a densidade”, comenta.
 

O EPS não pega fogo, mas ‘encolhe’ e vira pérola de poliestireno novamente, voltando a ter entre 2 e 3% do volume inicial, Karen Peroni
 

Sua condição de material inerte significa, também, que é atóxico, não polui o lençol freático ou o solo. Por isso, pode ser usado em funções geossintéticas, no enchimento e regularização de solos.

Mesmo que exposto às intempéries, o material não prolifera fungos ou bactérias. Nos aterros, permanecerá íntegro por muitos anos, como comprova estudo feito na Itália, que retirou amostras do EPS empregado como base e sub-base de uma rodovia. “A conclusão foi de que, 40 anos depois, ele não perdeu suas características físicas e mecânicas”, relata Peroni.
 

Isolante térmico e acústico


Como no EPS há 98% de ar confinado no interior das pérolas e o ar é um ótimo isolante térmico, ele se destaca por essa propriedade bem-vinda em diversos setores. “Um bom exemplo vem da área da saúde, que adota caixas em EPS para transportar medicamentos e vacinas que foram refrigerados e precisam se manter em temperaturas mais baixas”, diz.

Na construção civil, a obra executada com paredes em painel monolítico – o Monopainel®, marca do Grupo Isorecort –, Painel Laje e placas em EPS para isolamento térmico resulta numa verdadeira caixa térmica. “Com as janelas fechadas, temos um ótimo conforto térmico nos ambientes, tanto para o frio quanto calor, reduzindo ou eliminando o uso de ar-condicionado e, portanto, o consumo de energia. Novamente, um bem para o Planeta”, comenta Peroni.

Além disso, o EPS faz parte do conjunto de estratégias a serem projetadas para se obter bons índices de conforto acústico. “Isoladamente, não possui características para essa finalidade, mas tem a capacidade de não reverberar o som. Deve ser usado em conjunto com outros materiais específicos para tratamento acústico”, ensina.
 

Menos madeira


Com o desenvolvimento recente das canaletas IsoBaldrame® em EPS, que substituem a madeira do processo convencional de execução de vigas baldrame, menos árvores são derrubadas e menos resíduos enviados para os aterros.

“As canaletas em EPS cumprem o papel de impermeabilizante, o que reduz custos com o uso de produtos químicos na obra. Elas ficam incorporadas nas vigas baldrame e dão velocidade à essa etapa da obra”, conclui.


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Colaboração técnica
 

Karen Peroni Maia – É Engenheira Civil e mestre em Engenharia de Estruturas pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Técnica em Edificações pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG). Já atuou com projetos de estruturas pré-fabricadas em concreto armado e protendido, acompanhamento de obras e como professora de graduação das Engenharias Civil, Mecânica e de Produção na Faculdade Pitágoras. Atualmente é Supervisora de Projetos e Desenvolvimento do Grupo Isorecort.

Para mais informações e detalhes técnicos, acesse www.isorecort.com.br.

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