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Pesquisa recomenda o sistema em EPS para obras em larga escala

Entre as vantagens dos painéis monolíticos, o trabalho concluiu pelo ganho em tempo de obra, sem retrabalho e canteiro limpo, além de ser um material sustentável

Hosana Pedroso

Pesquisa realizada por alunos de graduação em Engenharia Civil das Faculdades Integradas Rui Barbosa (FIRB), de Andradina (SP) procurou comparar o sistema construtivo em painéis monolíticos em poliestireno expandido com a alvenaria. O trabalho intitulado “Construções com EPS: otimização em projetos de construção em ampla escala” foi apresentado no V Simpósio Online de Gestão Urbana, em julho de 2021.

A conclusão fica clara no resumo do artigo: “O EPS se mostrou eficaz em construções em larga escala. Por seu peso mínimo e sua facilidade de montagem, a construção que demoraria dias para ser concluída pode ser feita em poucas horas, além da organização do canteiro de obras e com custo-benefício melhor que as casas feitas com os métodos convencionais, mostrando que a inovação deve ganhar espaço para que se possa evoluir e melhorar nas construções”.
 

Objetivos e método


“A ideia do trabalho surgiu da problemática em relação às construções de moradias em programas habitacionais, como o Minha Casa, Minha Vida, que levou em consideração o uso dos materiais convencionais como a alvenaria, que demandam maior tempo de execução, de maneira geral”, relata a professora Letícia Martelo Pagoto, coordenadora do curso de Engenharia Civil da instituição e orientadora da pesquisa, realizada pelos graduandos Letícia Frazon Carvalho e Leandro Diogo de Souza.

O principal objetivo da pesquisa foi analisar a utilização de painéis monolíticos em EPS para construção em massa de residências, comparando com os materiais tradicionais de construção, como a alvenaria, em relação às vantagens do uso do material.

A professora explica que o trabalho desenvolvido ao longo dos dois primeiros anos da pandemia precisou lançar mão de pesquisas bibliográficas em bases de dados online. “A estratégia permitiu consultas em artigos científicos, trabalhos acadêmicos e livros publicados, de maneira a esclarecer as especificações das técnicas construtivas em análise”, diz.
 

Vantagens e desvantagens


Os requisitos verificados sobre o sistema construtivo dos painéis monolíticos em EPS x alvenaria para a construção de casas foi o tempo gasto, o custo-benefício, a utilização de mão de obra e as etapas construtivas dos métodos.

Pagoto elenca as principais vantagens identificadas no sistema em EPS:

• Agilidade na montagem levando ao menor tempo de execução;
• Isolamento térmico e acústico;
• Material durável e de resistência mecânica elevada;
• Uso de mão de obra especializada;
• Fácil manuseio dos materiais;
• Sistema construtivo sustentável;
• Redução de resíduos de construção e demolição nos canteiros.

A pesquisa concluiu que os aspectos ainda frágeis do sistema são a baixa disponibilidade de mão de obra especializada e custo inicial elevado. “Ficou claro, ainda que os painéis monolíticos são interessantes para uma arquitetura básica, ou seja, não se pode mudar o projeto no meio do processo construtivo”, fala, observando que falta conhecimento dos consumidores sobre o processo construtivo.
 

EPS, uma boa opção


“Os painéis monolíticos de EPS são uma boa opção para construções simples em larga escala, como o programa Minha Casa Minha Vida. O custo pode ser elevado no início, mas é compensado pelos benefícios como mão de obra qualificada, baixo risco de retrabalho, tempo mínimo para a finalização da obra e a questão sustentável do material, com seu uso em canteiros de obra”, ressalta.

Por fim, a pesquisa recomenda o EPS como sistema que imprime agilidade e qualidade às obras de programa habitacionais. “Analisando o relatado no artigo, o uso de painéis monolíticos em EPS é uma alternativa viável, já que o custo com o material e o tempo gasto na construção apresentam uma boa relação para melhorar os atrasos com a obra e os gastos exorbitantes de retrabalhos, além da geração de resíduos que se verificam nos canteiros que utilizam o sistema convencional de construção em alvenaria”, enfatiza Pagoto.

Para mais informações e detalhes técnicos, acesse www.isorecort.com.br.
 

Colaboração técnica
 

Letícia Martelo Pagoto – É Engenheira Civil pelo Centro Universitário de Lins – Unilins, onde fez especialização em Engenharia de Estruturas, e tem mestrado pela Universidade Estadual Paulista - FEIS/UNESP. É doutoranda em Ciência dos Materiais e integrante dos grupos de pesquisa de Materiais Alternativos de Construção e de Manifestações Patológicas em Edificações, ambos sediados na UNESP. É coordenadora e professora no curso de Engenharia Civil das Faculdades Integradas Rui Barbosa - FIRB (Grupo Universidade Brasil).

Leandro Diogo de Souza – Graduado em Engenharia Civil pelas Faculdades Integradas Rui Barbosa – FIRB, com experiência na construção de loteamentos urbanos e conjuntos habitacionais. Atualmente trabalha como Analista de Engenharia Civil na empresa Consórcio SP 300, na construção do empreendimento da Usina Solar, em Castilho (SP).

Lívia Frazon Carvalho – Graduada em Engenharia Civil pelas Faculdades Integradas Rui Barbosa – FIRB, com pós-graduação em Gestão de Projetos (MBA) pela Universidade de São Paulo – USP, em andamento. Já atuou como assistente administrativo na empresa ECO Soluções em Energia ltda e, atualmente, trabalha na empresa Consórcio SP 300.

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