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Concreto leve com pérolas de EPS tem benefícios em usos não estruturais

O material deve ser preparado em betoneira no canteiro, com cuidados para que as pérolas se misturem aos demais elementos, obtendo a homogeneidade necessária ao traço

Hosana Pedroso

O concreto leve com pérolas de EPS é indicado para situações em que há limitação de peso (Foto: Divulgação/Grupo Isorecort)

Concreto leve é aquele em que se utiliza algum tipo de mecanismo para que alcance redução de seu peso próprio estrutural. Na formulação do concreto simples entram cimento, agregados graúdos (brita) e miúdos (areia), o que resulta em peso próprio de 2400 kg/m³. Já no concreto leve a brita é substituída por pérolas de poliestireno expandido, obtendo densidade que varia de 700 a 1600 kg/m³. Essa variação depende do traço da mistura do cimento, areia e das pérolas de EPS.

“Quanto menor a densidade do concreto, maior será a proporção de EPS no traço e menor a de areia. Por exemplo: 1 m³ de concreto leve com densidade de 1600 kg/m³ utiliza 375 kg de cimento, 1070 kg de areia e 487 l de EPS. Já a massa específica de 700 kg/m³ é alcançada aumentando a quantidade de cimento para 390 kg, reduzindo a de areia para 165 kg e elevando o volume das pérolas para 1093 l”, explica a engenheira Karen Peroni, Supervisora de Projetos e Desenvolvimento do Grupo Isorecort.
 

Quanto menor a densidade do concreto, maior será a proporção de EPS no traço e menor a de areia, Karen Peroni


A engenheira ressalta que o concreto leve com pérolas de EPS não pode ser usinado. “O concreto convencional sai da concreteira nos caminhões betoneira, que vão girando a massa o tempo todo até o canteiro. Se fossem usadas, as pérolas tenderiam a flutuar no trajeto e o concreto leve perderia a homogeneidade. Portanto, ele deve ser preparado in loco em betoneira”, ensina.

Para facilitar a mistura com os demais materiais, a orientação é embeber as pérolas em cola branca PVA diluída em água e misturá-las com um pouco de cimento antes de acrescentar os outros itens na betoneira. “Mais pesadas, elas se incorporam ao traço, resultando na homogeneidade requerida”, diz.
 

Onde usar


O concreto leve com pérolas de EPS tem menor resistência se comparado ao convencional, portanto, é de uso não estrutural. “A pérola de poliestireno expandido é material de baixa densidade, consequentemente, tem maior deformabilidade”, comenta.

A recomendação da engenheira é utilizá-lo em situações em que há limitação de peso, como no enchimento de piso, paredes de fechamento, laje de cobertura, mobiliário e para atividades de pesquisa.

“É material interessante para a regularização de piso, que dispensa o uso do concreto estrutural. O mesmo ocorre com as lajes de cobertura, onde não há carregamento, reduzindo o peso próprio do elemento”, afirma. O material pode ser empregado no capeamento das lajes moldadas in loco em concreto armado, nas executadas em vigotas treliçadas ou com lajotas em EPS.

É material interessante para a regularização de piso, que dispensa o uso do concreto estrutural. O mesmo ocorre com as lajes de cobertura, onde não há carregamento, reduzindo o peso próprio do elemento, Karen Peroni

Peroni alerta que o material não deve ser usado em lajes de cobertura utilizadas como terraço, com tráfego intenso de pessoas, o que representa uma sobrecarga de utilização. “Vale apenas para o trânsito para manutenções como a da caixa d’água, o que é um carregamento eventual e menos acentuado”, diz.

O concreto leve, apesar de difundido nas faculdades de engenharia, ainda não é do domínio da mão de obra para, por exemplo, usá-lo na autoconstrução. Mas, com custo menor que o do convencional e mais leve, pode reduzir o investimento das construtoras do segmento de obras populares, especialmente quando executam dezenas de habitações num empreendimento.

No enchimento de piso, o material vem ganhando espaço, assim como as placas em EPS. Comparativamente, o peso mínimo do concreto leve de 700 kg/m³ é muito superior ao das placas em EPS 8F (classe de maior densidade) que fica em 48 kg/m³. “Mas, dependendo do dimensionamento estrutural, a obra não pode usar o concreto leve. Ainda assim, é material que facilita a execução de enchimento por ser mais próximo ao tipo ‘farofa’”, comenta Peroni.
 

Blocos de concreto leve


O material se destina à construção de paredes de fechamento. “Jamais como alvenaria estrutural”, adverte, lembrando que alguns poucos fabricantes já realizaram ensaios laboratoriais que comprovam o desempenho com essa função. Nesse caso, os blocos são mais maciços e pesados, exigindo a inserção de barras de aço nos furos a espaços determinados e execução de grauteamento. “Na verdade, não é o bloco que está cumprindo a função estrutural, mas esses micropilares”, explica.
 

Como comprar


O Grupo Isorecort comercializa as pérolas de EPS diretamente com o consumidor, à pronta-entrega. Há duas tabelas orientativas para uso, sendo uma destinada à preparação de 1 m³ de concreto leve e, outra, para o traço adotando um saco de cimento de 50 kg. Para mais detalhes, acesse o site da empresa.
 

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Para mais informações e detalhes técnicos, acesse www.isorecort.com.br.
 

Colaboração técnica:
 

Karen Peroni Maia – É Engenheira Civil e mestre em Engenharia de Estruturas pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Técnica em Edificações pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG). Já atuou com projetos de estruturas pré-fabricadas em concreto armado e protendido, acompanhamento de obras e como professora de graduação das Engenharias Civil, Mecânica e de Produção na Faculdade Pitágoras. Atualmente é Supervisora de Projetos e Desenvolvimento do Grupo Isorecort.

 

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